Um poderoso estado de espírito ou um paradoxo no caminho para a iluminação interior?
Acervo pessoal: Série Aqcua
Por muitas vezes eu desligo a câmera e abro a caixa de pandora e vivencio a leitura com bons artigos, procuro compreender diferentes pontos de vista, vislumbro outros artistas e principalmente me deleito com livros e diferentes culturas para apurar e estimular minha visão criativa.
O meu lado redatora muitas vezes grita para sair também...então eu cedo espaço e escrevo no meu caderno de ideias.
Esta semana em particular, depois de parar e examinar alguns trabalhos, procurei elevar um pouco mais minha auto consciência e cheguei a um paralelo extraordinário e simples : Zen Budismo.
Deixo aqui um singular depoimento sobre o que compreendi e que muito me fez enxergar fora da caixa.
Certamente algo para se inspirar.
Para o Zen Budista a palavra SHOSHIN, (o que em linguagem secular significa inocência ou inexperiência) se refere a uma “mente de principiante” – um estado de abertura e admiração que permite a uma pessoa abordar a vida livre de preconceitos ou hábitos associados ao conhecimento e à experiência.
Mantendo esta condição através de práticas como meditação é um passo importante para enaltecer seu auto conhecimento.
O paradoxo deste enaltecimento, é que uma pessoa não pode alcança-lo se procurar faze-lo.
Ao contrário de filósofos ocidentais como Descartes e Rawls, que clarearam suas mentes sobre suposições em um esforço explícito para obter uma visão mais profunda, os praticantes do zen buscam o shoshin pelo seu próprio bem, não como uma ferramenta para alcançar algo maior; eles rejeitam a ambição pessoal e as armadilhas do intelectualismo.
Isso não quer dizer que shoshin equivale a abraçar a ignorância: ao contrário, a mente de um iniciante está pronta e aberta a novas ideias.
A simplicidade e clareza de seus ensinamentos impressionaram muitas pessoas ao redor do mundo e são perfeitamente ilustradas pela linha de abertura de seminários mundiais como: Zen mind, Beginner's mind. (este realizado na Califórnia nos anos 60).
Em Beginner’s mind, existem muitas possibilidades, mas nos experts, existem poucas.
A popularidade do Zen continua inabalável, o que ecoa o shoshin no movimento onipresente da plena consciência e no pensamento disruptivos da indústria de tecnologia.
Você pode sugerir que esta aplicação comercial da filosofia budista parece abraçar ao pé da lletra, ao invés do espírito do zen, mas isso revelaria uma falha em abandonar seus preconceitos.
É crucial experimentar uma elevação inconsciente que pode revelar ou clarear novas frentes de trabalho. Essa inconsciência pode ser uma simples e merecida pausa tecnológica, onde a visão torna-se habituada a ler e compreender dentro de um padrão.
Por trás da lente de um fotógrafo, precisa estar um ser humano conectado com o intelectual.
Ocupe sua mente, preencha sua mente com novas imagens, configure-se.
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